♀▓ לּCIN∑FILIAלּ ▒♂: ♀▓ לּ FLESH לּ ▒♂

♀▓ לּ FLESH לּ ▒♂


“Flesh” foi a estréia do director Paul Morrissey como responsável geral por tudo o que a Factory produziria no âmbito cinematográfico. Filmado em 1967, o filme contém os mesmos elementos e personagens que seguiriam em “Trash” e em “Heat”. Vagabundos viciados pelas ruas de Nova Iorque em busca de sexo e heroína; travestis e anônimos em busca da fugaz felicidade que o universo mediático pode oferecer. Já estamos falando de mulheres que aderem ao uso do silicone , do culto ao corpo, da idealização da beleza masculina e da “imprensa rosa” que invade os meios de comunicação de massa; tudo é superficial, frívolo, de plástico.
Feito há 40 anos atrás, “Flesh” parece que foi lançado ontem. Morrisey segue com um estilo quase documental, ultra-realista e com diálogos semi improvisados. Destaque para cena em que John Dallesandro recebe sexo oral de uma stripper em uma sala com duas travestis sentadas lendo revistas; elas se incomodam e perguntam se não sente vergonha em fazê-lo na frente deles; ele respode: “Não. Porque os anjos também fazem”. A stripper quer botar silicone “porque todas botam” e a dupla travestida replica: “Olhe para as estátuas gregas. Nenhuma delas tinha o peito de vaca e eram exuberantes.” “Se uma tivesse colocado, se destacaria”, resume a go-go girl. E para terminar, afirma que prefere trabalhar o corpo do que o cérebro, porque quanto mais se aprende, mais se deprime...